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HISTÓRIA DA PARÓQUIA SANTA LUZIA

As raízes históricas da cidade de Ribeirão Pires estão nos primórdios da colonização do Brasil. As informações dão conta que o povoado começou a tomar forma nestas colinas de águas boas na histórica Pilar Velho, especialmente com o surgimento da capela de Nossa Senhora do Pilar. Era chamado de Bairro do Pilar ou Bairro de Caguassú.

A história diz que a capela foi construída a mando do Capitão-Mor Antônio Correa Lemos no ano 1714, em agradecimento a Nossa Senhora do Pilar por uma graça recebida na sua recuperação de uma grave doença. A capela teve a provisão do bispo do Rio de Janeiro, Dom Francisco de San Jerônimo e foi abençoada pelo frei Pacífico, no mesmo ano.

Consta, porém, que a Igreja do Pilar é remanescente de uma construção bem anterior, do ano 1554, feita pelos padres Jesuítas e se chamava Ermida de Santo Antônio. O Capitão Lemos chegou nesta região no ano 1677 com a missão de vigiar as trilhas do ouro que estava atraindo muita gente.

Capela de Nossa Senhora do Pilar, inaugurada em 25 de março de 1714, é o marco histórico mais antigo da região. A chegada dos imigrantes europeus, a partir de 1887, impulsionou o desenvolvimento do povoado, que passou a ser conhecido oficialmente como Vila de Ribeirão Pires. A Vila, porém, se desenvolveu em torno da estação de trens e da estrada de ferro, que ligava o Planalto Paulista ao Porto de Santos.

A antiga capela de Santa Luzia, que mais tarde daria o nome à nossa paróquia, foi a terceira construída nesta região. Os oleiros e os canteiros, trabalhadores que talhavam blocos de pedra bruta para a construção de paralelepípedos, que trabalhavam na Colônia ergueram a capela em honra de Santa Luzia por volta do ano 1926, para pedir a sua proteção contra os males nos olhos. O trabalho manual com o barro e no corte das pedras provocava acidentes nos olhos dos operários. Santa Luzia, tradicionalmente invocada como padroeira dos olhos, foi acolhida como protetora divina dos olhos dos devotos trabalhadores. As famílias que moravam nos arredores do Pilar Velho faziam a pequena capela da padroeira prosperar em número de fiéis.

A capela, porém, foi construída nas margens de um córrego e sofria com os constantes alagamentos e a situação pirou muito quando foram feitos os aterramentos para a construção da Avenida Francisco Monteiro. Diminuiu a área de vazão das águas, que começaram a invadir com mais frequência até o interior da capela, tornando o lugar inseguro para as celebrações com o povo.

Na década de 1970, a comunidade recebeu do Comendador Abdalla Chiede a doação de três terrenos no novo loteamento que estava surgindo nas proximidades da capela. O nome do novo bairro foi uma homenagem dos moradores a Santa Luzia. No início, ele seria chamado de Santa Matilde, mas os devotos preferiram a protetora dos olhos como sua padroeira. O padre José Raschele anotou com pesar no Livro Tombo da paróquia Santa Ana, em dezembro de 1973, que a antiga capela de Santa Luzia estava nas mãos de particulares e era muito explorada por um grupinho de gente. Neste mesmo ano, na festa da padroeira, o padre registrou no Livro Tombo que o Comendador Chiede prometeu doar oficialmente a capela de Santa Luzia à Mitra Diocesana de Santo André.

O incentivo do incansável padre José Raschele e a dedicação dos devotos de Santa Luzia fizeram nascer a nova capela dedicada à singela mártir padroeira dos olhos. No dia 19 de maio de 1982, o então bispo diocesano de Santo André, Dom Cláudio Humes, abençoou a nova capela de Santa Luzia e durante a celebração eucarística, muitos jovens receberam o Sacramento da Crisma. No Livro Tombo ficou registrado que tudo transcorreu bem, no meio de muita alegria do povo por ter coroado o esforço de muitos meses de sacrifícios e abnegação.

O crescimento do Bairro Santa Luzia e a boa frequência do povo nas celebrações litúrgicas e a vitalidade pastoral da comunidade levaram o padre José Raschele a pedir que Dom Décio Pereira, então bispo diocesano de Santo André, elevasse a comunidade de Santa Luzia ao status de paróquia. O saudoso bispo atendeu o pedido e, no dia 24 de dezembro de 1999, publicou o decreto diocesano de instituição da paróquia. O padre José Silva, primeiro pároco, chegou em janeiro do ano 2000 e aqui dedicou 16 anos do seu ministério presbiteral; depois dele, em 2016 veio o jovem padre Everton Costa e em fevereiro de 2019, chegou o padre Clemilson Teodoro.

A paróquia Santa Luzia é a mais distante do centro urbano de Ribeirão Pires. Ela alcança, um lado, todo o distrito de Ouro Fino Paulista, que faz divisa com a cidade de Suzano e do outro lado, faz divisa com a cidade de Mauá, abrangendo o bairro da Quarta Divisão e a histórica Igreja de Nossa Senhora do Pilar.

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